O novo normal: tecnologias aplicadas nos processos eleitorais

Os órgãos eleitorais e representantes de empresas de tecnologia foram convidados para esta iniciativa para discutir a evolução dos processos eleitorais, a introdução da tecnologia nos mesmos e apresentar as últimas soluções nesta área.

Em nome da Minsait, uma empresa da Indra, participou Pablo Sarrias, Diretor de Tecnologia na área de Soluções Eleitorais.

Durante o seu discurso, Pablo Sarrias enfatizou a importância de ficar claro que a incorporação da tecnologia no sector não pode ser um fim em si mesma. "Os processos eleitorais são processos entre seres humanos, uma interação muito importante que é um reflexo do que é a sociedade. A ideia a ser transmitida, segundo ele, é que devemos procurar aspectos dentro do ecossistema eleitoral que possam ser melhorados graças à tecnologia, e não considerar a implementação da tecnologia como um fim em si mesma.

Pablo Sarrias também explicou como o contexto global da pandemia de COVID-19 afetou a aplicação de tecnologias, especialmente no que diz respeito ao voto eletrónico remoto. O diretor apontou ainda que o interesse por este tipo de tecnologia disparou e, além disso, uma nova e interessante abordagem está a ser adotada: "Diferentes órgãos eleitorais estão a perceber que o voto eletrónico remoto não serve para substituir um processo eleitoral tradicional, mas ajuda uma parte significativa do eleitorado a votar a partir de seus telemóveis". Os benefícios desses modelos de voto misto são óbvios, pois o número de eleitores que viria pessoalmente às secções eleitorais é consideravelmente reduzido, facilitando a implementação de medidas de controlo de capacidade, distanciamento social, proteção, etc., e, portanto, reduzindo drasticamente o risco de contágio. 

Referiu-se igualmente ao grande desafio de equipar um sistema de voto eletrónico remoto com tudo o que é necessário para que seja considerado completo, transparente, confiável, auditável, etc. Em resumo, para convencer todos os atores envolvidos num processo eleitoral da autenticidade e precisão dos resultados. Para isso, Pablo Sarrias explicou a combinação necessária de tecnologias (criptografia avançada, cadeia de bloqueio, etc.) para responder a aspectos tão importantes como a privacidade do voto, integridade, auditorias, etc. e colocar sobre a mesa um aspecto tão ou mais importante que a própria tecnologia: a necessidade de todas essas mudanças estarem ligadas a um plano educacional para todos os envolvidos: "É necessário educar todos os atores, eleitores, candidatos, partidos políticos, para que todos entendam e confiem no sistema. É uma questão de confiança.

Em conclusão, o especialista da Minsait reforçou a ideia de que estas mudanças não podem ser implementadas com uma visão de curto prazo. "É preciso tempo, é preciso perseverança e ideias claras", frisou.

Disponibilizamos aqui o link para a gravação da sessão do fórum onde pode ver todos os painéis que foram apresentados.